quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Crônica: MINHA LAPA QUERIDA




Berço da boemia carioca.

Por Luciano Moojen Chaves



Morei sim na Lapa. Década de 70. Era um perigoso subúrbio do Centro do Rio.
Grana curta. Plena ditadura militar. Foi muito bom!

Relato agora histórias que vivi e que escutei.

Que escutei...: Nas décadas de 50 e 60, quem comandava a Lapa era o Madame Satã. Mulato capoeirista de quase dois metros de altura. Gay assumido. Brigão. Soube que na bordoada, colocou quatro policiais em nocaute. Usava navalha na ponta de seu sapato. Matou muitos desafetos. Escolhia na marra seus parceiros de sexo: “Vai morrer ou vai me comer?”. Foi preso e morreu de tuberculose no extinto Presídio da Ilha Grande.

Que vivi...: Fomos morar na Lapa, em Rua do Resende. Lembro bem das “boates” da Rua Mendes Sá.  Eu bem jovem frequentava sim. Pagávamos pela morena no balcão. Saíamos e entrávamos em sobrado ao lado. O ranger das escadas de madeira não sai de minh’alma até hoje. No segundo andar, salão dividido em cubículos com sórdidas camas. Peguei Sarna, Chato, Gonorreia...  Versão carioca de música da africana Mirian Makeba fazia sucesso...: “Tá com pulga ou tá com chato, Neocid é o barato”. Quanto à Gonorreia, dolorida injeção de Benzetacil de ‘um milhão e duzentas mil’, dava jeito.  

E a Xepa??? Fiz sim. Feira Livre na rua em que morávamos. Havia a pobre e a chique. A pobre era catar sobras de alimentos no chão. Na chique íamos fazer compras quando a feira estava terminando. Uma da tarde. Feirantes não querendo levar mercadorias perecíveis pra casa... Bolsas cheias por moedas...

Papai arranjou um apartamento na Avenida Nossa Senhora de Copacabana.  Seu Atelier. Que na verdade era uma ‘garcionere’. Certa vez ligou pra casa. Atendi. E ele...: “Verifique se sua Mãe não esta na extensão”. Falei que não. “Estou bebendo vinho com duas lindas mulatas. Vem pra cá agora”. Fui... Daí peguei o vício por Copacabana. Onde vivi por décadas. Conheço como poucos este maravilhoso bairro.

E o bom samba afirma: “Na Lapa de hoje. Na Lapa de outrora. Que revivemos agora!”.


“Sarau da Praça” celebra o ritmo e poesia de Búzios e Região dos Lagos





Ação acontece toda primeira quarta-feira de cada mês, na Praça Santos Dumont, em parceria com diversos coletivos

Apreciar a arte da palavra, promover a poesia e a prosa, reunir os amantes da literatura e interagir com alguns dos personagens do dia a dia na cidade de Búzios. Essa é a proposta do Sarau da Praça, que acontece na primeira quarta-feira de cada mês, na Praça Santos Dumont. Sempre com a presença de convidados, o sarau é aberto a toda a população e tem como objetivo promover o hábito da leitura e a divulgação da poesia. O Sarau, realizado pelo Projeto Cidade Biblioteca, tem a parceria crianças, comerciantes da Praça Santos Dumont e de coletivos culturais da cidade e região.

Nesta edição do Sarau da Praça contará também com a bicicloteca, uma bicicleta repleta de livros para consulta e empréstimo.

O convite está feito. Traga sua poesia, sua base de áudio e disposição para o próximo Sarau da Praça!

CIDADE BIBLIOTECA

O projeto Cidade Biblioteca é uma iniciativa sem fins lucrativos de promoção da cultura, da leitura e do acesso ao conhecimento em Búzios.

Nosso sonho é que os livros estejam sempre ao alcance das mãos, seja na procura do ócio, na espera do café, do transporte público ou do pôr-do-sol. Os livros transformam o intelecto e a sensibilidade, fazem do mundo um lugar melhor.

O Cidade Biblioteca promove ações como saraus, ponto de leitura semanal na Feira Periurbana de Búzios, clubes de leitura, distribuição de livros pelos espaços públicos, programa de poesia e estímulo à leitura no Estação Notícias com Iva Maria, biblioteca andante, bicicloteca, Cine Biblioteca em parceria com o Búzios Cine Clube e outros.

Além de participar das atividades que são abertas e gratuitas, a população também pode ficar por dentro do que acontece e ser um colaborador do projeto através da comunidade Cidade Biblioteca no Facebook (www.facebook.com/cidadebiblioteca).

PRAÇA SANTOS DUMONT

No coração do centro buziano está a Praça Santos Dumont, uma mistura de charme e descontração. A Feirinha de Artesanato reúne artesãos vindos de todas as partes do mundo. Há pousadas, restaurantes, bares, supermercados e cafés que se reúnem em torno dela, além da tradicional boemia da cidade.

Na Praça Santos Dumont sempre são organizadas atividades ao ar livre como o Festival de Cinema, a Feira Literária e as apresentações públicas circenses do CircoLo Cultural.

SERVIÇO

O quê? Sarau da Praça
Quando? Sempre na primeira quarta-feira do mês - 5/outubro
Hora? 19h às 21h
Onde? Na Praça Santos Dumont
Valor? Entrada Franca
Mais informações? www.facebook.com/cidadebiblioteca

Macaé: Protagonismo na Câmara Juvenil



Jovens demonstram comprometimento com o futuro político e transformador do município

Na sua terceira sessão ordinária, o Projeto Câmara Juvenil dá um exemplo de protagonismo nesta terça-feira, 27. Ao todo, mais de 50 indicações, 25 requerimentos, um projeto de lei e três moções de aplausos, mostraram a força e a vontade da juventude macaense que deseja melhorar a cidade e garantir seus direitos e dignidade no futuro.

Com 16 anos, a macaense Emilly Andrade Messias, aluna do 2º ano do ensino médio do Colégio Municipal Tarcísio Paes de Figueiredo, moradora da região serrana, cota como  Câmara Juvenil transformou sua vida e mudou sua forma de pensar e agir m relação a política, que antes, segundo ela, era assunto que considerava apenas para adulto.

“Achava a política desnecessária para o jovem e o projeto me fez aproximar de uma realidade que eu não conhecia e gostei. Vi nele a oportunidade de ter voz e representar as pessoas trazendo as suas propostas para cá. Mudei muito e as pessoas vêem isso em mim. Também consegui mudar o pensamento de algumas pessoas, que hoje são mais críticas”, disse Emilly.

Entre as indicações de Emily nesta sessão está a ampliação do Transporte Social Universitário (TSU), para atender os universitários moradores da Bicuda, com uma Kombi, para viabilizar que estes possam estudar na cidade sem necessidade de se mudar.

“Quero fazer Medicina e não quero ter que me mudar da serra para isso, como muitos estudantes que hoje fazem isso”, explicou ela.

O estudante do Colégio de Aplicação (CAp), Anderson Lopes Andrade, de 16 anos, ainda que more em Rio das Ostras, diz que conhece bem a realidade do município por meio dos seus colegas.

“Passo o horário integral na escola e vivencio o que eles passam aqui em Macaé. Então, sou o mediador e trago as sugestões para a Câmara e, quando vejo resultado, isso me deixa orgulhoso”, disse o rapaz.

Anderson apresentou uma lista grande de indicações e cita como as principais, as que cobram da empresa SIT, informações sobre o motivo da redução de ônibus em determinadas linhas, que prejudicam trabalhadores e estudantes, principalmente em horários de rush.

Outra pauta do aluno que chama a atenção, foi o requerimento, solicitando informações sobre a emenda impositiva de autoria do vereador Marcel Silvano, quanto ao pagamento que não está sendo efetuado aos alunos que recebem bolsa do Colégio de Aplicação (CAp), desde o início do ano. O vereador juvenil requereu ainda, a realização de uma Audiência Pública, para ser discutida a realidade do orçamento da Prefeitura de Macaé.

Projeto Câmara Juvenil iniciou suas atividades em 2005, elegendo vereadores juvenis para os dois anos seguintes e ficou parado por um tempo, sendo retomado em 2013, quando elegeu novos vereadores para o mandato de um ano. Em 2015, foram novamente eleitos 17 vereadores, representando 11 escolas da rede municipal. O projeto é coordenado pelo gabinete do vereador Marcel Silvano.